Sonhos, fantasias, devaneios, inconsciência,
ausência de lógica, formaram as bases das criações do movimento
surrealista. Fundado em Paris em 1924 o Surrealismo engrossou
os movimentos de vanguardas do início do século XX. André Breton foi seu
principal porta-voz e lançou, naquele mesmo ano, o primeiro e principal
manifesto - o Manifesto Surrealista. Entre seus mais marcantes
expoentes nas Artes Plásticas estão: Salvador Dali (1904-1986),
Max Ernst (1891-1976), René Magritte (1898-1967), André Masson (1896-1987),
Joan Miró (1893-1983). Alguns críticos e autores da arte associam o nome
de Frida Kahlo (1907-1954) ao movimento
Surrealista, no entanto a própria artista não se considerava uma surrealista,
pois estava interessada em retratar suas dores e tragédias pessoais.
Os
artistas ligados a esse movimento rejeitavam os valores e os padrões impostos
pela sociedade burguesa, seguindo a
exploração dadaísta de tudo o que
fosse subversivo na arte. Fortemente influenciados pelas teorias psicanalíticas
de Sigmund Freud, os surrealistas
seguiram alguns métodos para impedir o controle do consciente na ação
artística, desprendendo o inconsciente.
Como
parte do seu processo artístico, os artistas desse movimento também exploravam
o imaginário dos sonhos como um atributo inquietante e bizarro da vida diária,
chegando pedir que pessoas comuns descrevessem suas experiências oníricas como
uma forma de montarem arquivos para suas produções. Assim os surrealistas
concebiam o inconsciente como um meio de imaginação, as formas e imagens não
poderiam prover da razão, mas de impulsos e sentimentos irracionais e surreais.
Os
artistas desse movimento se diferenciavam quanto ao estilo adotado. Enquanto as
formas e linhas de Masson provinham de pincelados livres, Magrite e Dalí tinham
imagens realistas criando cenas oníricas.
A
obra “A persistência da memória” de Salvador Dalí é uma das mais
representativas desse movimento. Os três relógios derretidos juntamente a uma
espécie de autorretrato do artista representam o Surrealismo de Dalí diante da
irrelevância da passagem do tempo que dizia não perceber e que não tinha nenhum
significado para ele. Uma curiosidade sobre esta obra conta que numa tarde
quente em seu ateliê, Dalí teve um delírio ao ver um queijo derretendo em
função do forte calor. Nascia aí à ideia para de pintar os relógios derretidos
e associá-los a passagem do tempo.
Não
há uma data que determine o fim do Surrealismo, pois influencia até o presente,
artistas de todo mundo. No Brasil é possível encontrar características do
Surrealismo nas obras de Tarsila do Amaral e Ismael Nery.
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