A Pop Art é uma escola
que utiliza em suas representações pictóricas imagens e símbolos de natureza
popular. Originado particularmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, este
movimento foi assim batizado em 1954, quando o crítico inglês Lawrence Alloway
assim o denominou, ao se referir a tudo que era produzido pela cultura em massa
no hemisfério ocidental, especialmente aos produtos procedentes da América do
Norte.
Alguns criadores, inspirados no movimento dadaísta
liderado por Marcel Duchamp, decidiram, em fins dos anos 50, se apropriar de
imagens inerentes ao universo da propaganda norte-americana e convertê-las em
matéria-prima de suas obras. Estes ícones abundantes no dia-a-dia do século XX
detinham um alto poder imagético.
A Pop art representava um retorno da arte figurativa,
contrapondo-se ao Expressionismo alemão que até então dominava a cena
artística. Agora era a vez da cultura em massa, do culto às imagens
televisivas, às fotos, às histórias em quadrinhos, às cenas impressas nas telas
dos cinemas, à produção publicitária.
Na década de 20, os filósofos Horkheimer e Adorno já
discorriam sobre a expressão indústria cultural, para expressar a
mercantilização de toda criação humana, inclusive a de cunho cultural. Nos anos
60 tudo é produzido massivamente, e cria-se uma aura especial em torno do que é
considerado popular. Desta esfera transplantam-se a simbologia e os signos
típicos da massa, para que assim rompam-se todas as possíveis barreiras entre a
arte e o povo. Há um certo fascínio em torno do modo de vida da população dos EUA.
Os artistas recorrem à ironia para
elaborar uma crítica ao excesso de consumismo que permeia o comportamento
social, estetizando os produtos massificados, tais como os provenientes da
esfera publicitária, do cinema, dos quadrinhos, e de outras áreas afins. Eles
se valem de ferramentas como a tinta acrílica, poliéster, látex, colorações
fortes e calorosas, imitando artefatos da rotina popular.
Estes objetos que integram o dia-a-dia da massa são
multiplicados em porte bem maior, o que converte sua concretude real em uma
dimensão hiper-real. Enquanto, porém, a Pop art parece censurar o consumismo,
ela igualmente não prescinde dos itens que integram o circuito do consumo
capitalista. Exemplo disso são as famosas Sopas Campbell e as garrafas de
Coca-Cola criadas pelo ‘papa’ deste movimento, o artista Andy Warhol.
Este ícone da Pop art inspirou-se nos mitos modernos,
como o representado pela atriz Marilyn
Monroe, símbolo do cinema hollywoodiano e do glamour contemporâneo,
para produzir suas obras. Ele procurava transmitir sua certeza de que os ídolos
cultuados pela sociedade no século XX são imagens despersonalizadas e sem
consistência. Para isso o artista utilizava técnicas de reprodução que
simulavam o trabalho mecanizado.
Nesta salada imagética que constitui a pop art, o que
antes era considerado de mau gosto se transforma em modismo, o que era visto
como algo reles passa a ter a conotação de um objeto sofisticado. Isto porque
estes artefatos ganham um novo significado diante do contexto em que são
produzidos, e assumem, assim, uma valoração distinta.
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