Compreende-se como Minimalismo,
uma linguagem estética e artística que se desenvolveu a partir da década de
1950 e 1960 e que em muito influencia o design contemporâneo.
A minimal art é
considerada uma arte “limpa” por desfazer-se dos elementos excessivos no
processo de produção, reduzindo a obra de arte a um objeto puro e completamente
inteligível, concebido na mente antes de sua produção.
Esteticamente, esse novo
movimento trouxe muitas inovações e ao mesmo tempo sofreu duras críticas por
sua “técnica” de produção. Na pintura e na escultura, passa-se a utilizar
materiais industriais para compor os objetos, como ferro galvanizado, aço
laminado a frio, cubos de poliestireno, chapas de cobre, tubos fluorescentes,
tinta industrial, concreto e outros tipos de insumos. Além disso, o artista se
retira do processo de produção da obra, atuando no papel de idealizador de um
projeto, onde a finalização dela como produto é responsabilidade de terceiros.
Um exemplo mais claro dessa
ausência do artista é uma obra intitulada Die, de Tony Smith. A obra foi
originalmente idealizada em 1962, mas o objeto projetado pelo artista só foi
produzido em 1998, após a sua morte, sob uma encomenda da viúva do escultor e
arquiteto, e consiste pura e simplesmente em um cubo de aço que hoje está
exposto em Nova Iorque. Nesse sentido, a Minimal chegou a não ser
considerada como arte, por ser compreendida como uma arte vazia de significado
e inovação plástica, pela utilização dos materiais e os objetos trabalhados.
Essa crítica passou a ser desconstruída a partir de uma publicação da crítica e
historiadora de arte Barbara Rose, intitulada ABC Art.
Os conceitos da ABC Art, possuem
características estéticas tão fortes que passam a influenciar também outros
ramos das artes, como música e dança. Na música, inicia-se uma discussão sobre
o que ela é e como ela se forma. Nesse contexto, algumas composições de
artistas com Philip Glass utilizam-se de arranjos com poucas notas, acordes
simples e muitas repetições, com uma estrutura modular. Na dança, nomes como
Yvonne Rainer e Lucinda Childs destacam-se por trabalhar a desconstrução dos
movimentos e dos bailarinos em suas coreografias. A primeira procura reduzir o
corpo humano aos movimentos que ela julga serem essenciais e primários: ficar
de pé, correr e andar, de um modo inexpressivo o suficiente para deixar de lado
a presença do bailarino.
No Brasil, a Minimal também
refletiu seus princípios, destacando-se artistas como Ana Maria Tavares, com
obras como Corrimão (1996) e Desviantes (da série Hieróglifos
Sociais, de 2011), Carlos Fajardo – com fortes referências às esculturas de
John McCracken e Lary Bell – Fabio Miguez e Carlito Carvalhosa – que chegou a
expor uma de suas obras produzidas com tecido TNT em Nova Iorque.
De maior presença nos objetos
visuais da vida cotidiana, a publicidade e propaganda e o design gráfico
incorporaram certos aspectos do minimalismo, traduzido para sua forma de
composição, reduzindo os excessos da imagem para extrair o que mais chama
atenção, respeitando os aspectos principais da cor, a imagem se torna um
emaranhado de objetos gráficos individuais que toma forma de uma imagem
conhecida do público apenas pela sua organização no espaço.
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